segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Um conto de Natal!

"Faltam pouco para amanhecer,
Depois de um dia como o que passou,
Após uma bela taça de vinho...
... pronto para dormir!"

Eram umas nove horas da manhã, talvez dez ou onze, nem importava, era sábado natalino e isso implicava em dormir até mais tarde. A noite passada tinha sido extremamente deliciosa, tanto quanto fatigante. As pernas exigiam descanso e o corpo clamava repouso.
Aquela voz martelava em minha cabeça, talvez o cansaço da noite que passou-se estava surtindo efeito, um sonho seria outra resposta cabível em meio a vozinha pertubadora: - Não vai se acordar agora é irmão? Cê precisa me dar meu presente má!
Esta era a fala que A VOZINHA tanto insistia em repetir. Instante em instante, ela vinha e no mesmo compasso repetia a interrogação vinda de exclamação. Minutos depois descobria que era a voz embargada de meu irmão que surgia pela janela de meu quarto. Tal comportamento seria o sentimento de ansiedade que toda, mais toda criança adquire ao chegar, em especial, nesta época do ano.
Aborrecido e ainda com o cansaço do corpo clamando repouso levantei-me logo e fui tentar me recompor. O sol ainda escadalva na cabeça e quando olhei para o ponteiro do relogio marcavam meio-dia. Peguei o embrulho retangular que escondia há tempos na porta de trás do meu quarto e chameio. O brilho nos olhinhos dele tirava qualquer que fosse o sentimento ou sensação desagradavel que eu sentia naquele momento.
Proporcionar aquele momento de alegria à uma criança tão legal quanto aquela pra mim era algo fantástico. Esticou-lhe os bracinhos e cerrou os olhos. Sentiu o embrulho pesar nos braços e quando abriu os olhos, as faiscas ofuscaram os olhos das outras pessoas na sala. Correu para a area e deliciou-se com mais um brinquedo, vontade e sonho de qualquer criança.
O dia por si correu tranquilamente agradavel: os familiares chegavam pouco a pouco para um almoço em família e para comentar-mos da festa passada. Muita comida, muitos presentes, bebidas, alegria, risos. Todo tipo de sentimento BOM habitou na casa naquele momento, naquele dia. Todos se reuniram em volta da mesa e brincavam de 31, um jogo de baralho que é excelente quando se sabe jogar. Riamos sem motivos e a tarde passou-se com o sol, e logo em seguida o brilho manso das estrelas anunciava que mais um dia estava por se findar.
Um dos tios teve a ideia de sairmos todos juntos para algum lugar e juntos brindar o fim do dia com chave de ouro. Sugeri um local e todos aceitaram ir. Um dia especial, momentos especiais, um lugar especial. Quando chegamos tudo, tudo era agradavel e perfeito para a ocasião, em especial para a criançada, que se deliciou-se com os brinquedos do Playground. Os rostinhos chega corava de tanto que corriam para lá e para cá em busca de repetir a dose em cada brinquedo.
O banquete chegou, o brinde foi proposto, os talheres começaram a se mexer, os copos se enchiam e se esvaziavam, as bocas sessaram foneticamente mais mexiam freneticamente. Suspiros, copos vazios, talheres deitados, pratos esvaziados. Estavamos prontos para regressar. Excelente. Todos satisfeitos e contentes com o ambiente proposto.
Na volta, passamos na casa de cada parente, despedindo e agradecendo pelo dia proposto por cada um deles, sempre tendo respostas de retorno semelhante. Estavamos à um quarteirão de casa quando vimos uma pessoa tão especial em nossas vidas quanto às que despedimos há instantes atrás passaram e nós buzinamos para elas. Chegamos em casa, acionei o portão da garagem, quando meu pai teve a idéia de irmos visitar nossa amiga KIKA, madrinha da Vozinha da manhã. Fechei o portão e fomos a pé à casa dela. Decidi passar na casa de outro amigo e a Vozinha, meu irmão, decidiu ir atrás de mim enquanto nossos pais iam pelo outro lado da rua.
Chamei duas vezes e nada de ninguém responder. Ouvi apenas um barulho e choros. Ele tinha caído, meu pequenino e doce irmão tinha caído. Corri e levantei-o bem rápido. Minha mãe veio em nossa direção e viu que escorria um liquido da testa dele, mas como a iluminação era pouco não soube distinguir o que seria. Voltamos para casa às pressas e abri o portão. O liquido vermelho e espesso manchava toda a camiseta dele, enquanto se misturava com as lágrimas que saim dos olhinhos assustados. A mãe limpou o sangue que saía e tentou estancar o corte na testa: - Cessou! Vamos na KIKA
Mas nós já iamos lá não era mesmo? KIKA é enfermeira e uma Senhora enfermeira. Fomos novamente, pelo mesmo caminho, só que sem visitar outros amigos. Seguimos direto para a casa desta amiga, que por sinal quase não conseguiu abrir o portão. Viu o corte, lavou com soro e disse que era preciso ir ao médico pontear: - Poxa, tão bom que foi o dia, agora temos que enfrentar isso?
Leveio-os para o hospital de emergência da cidade, onde ele foi atendido -não por conta do SUS, mas pelos contato da KIKA - em instante e logo estava com um tampão no meio da testa. O susto deixou-nos todos estressados e por incrivel que pareça, fez-nos esquecer por um momento o dia maravilhoso que tivemos.
O celular começou a tocar freneticamente: - Estamos bem, não foi nada grave, só pegou três pontos e não treze, não foi traumatismo, muito menos houve coma.
Acho que entre família as noticias "ruins" correm rápido e totalmente distorcidas da verdadeira. O telefone toca mais uma vez, era o pai preocupado: - Não há o que se preocupar pai, estamos há dois quarteirões de casa. E desliguei.
Buzinei duas vezes no portão da KIKA e os dois homens que tinham ficado ao aguardo saíram. O com a cara mais preocupada perguntou como tinha sido e foi logo abraçando a pessoa menor entre as que estava no carro. Estava tudo bem agora, foi apenas um susto.
Eles ficaram lá por um momento conversando e comentando sobre o incidente ocorrido. Eu cheguei em casa, coloquei o carro pra dentro, subi as escadas, despi-me, tormei um banho de lavar a alma, aprotei-me, abri uma bela garrafa de vinho e enchi uma taça para mim.
Sentei na poltrona, fechei os olhos, imaginei toda a história de um Natal Fantástico, tomei a taça até o fim e sonhei. A noite me chamava, os sonhos me conteplavam, o corpo agradecia pelo momento e o que havia passado ficaria pra sempre na memória.



Ultimamente (três meses pra cá), venho dizendo pra mim mesmo que perdi o dom da escrita. Mas é só quando vejo as pessoas especiais que passam por aqui e sentem mesmo a falta de minhas palavras, minhas abobrinha e que digo à mim mesmo que não posso perder este dom. Porque cada dom é dado à uma pessoa com um proposito, e sei que não acabei com o proposito de escrever. Por isso, mesmo com muito esforço, venho por aqui e preencho um vazio que há tempos venho deixando no Palavras do Sol. Gradualmente, eu preencherei, com muita simplicidade e humildade cada lacuna que deixei em aberto por aqui. E agradeço à todos que ainda acreditam que o Eu-lirico deste Blog ainda exista. Amo todos vocês meus Amigos Imaginários.



Tenham uma excelente virada de Ano. Que seja um ano promissor para todos nós.
Cheiro grande no coração e até mais!
R.M.